Universos de imagens

Na produção de imagens temos o que eu vou chamar aqui de “universos de produção”. São os ecossistemas em que as imagens são concebidas e disseminadas.

Universo natural

É o contexto da realidade, da cena, onde a imagem existe em si mesma. São as paisagens, as pessoas, os objetos.

Neste âmbito, a imagem pode ser apreciada (cena que existe) e criada (projeto, arquitetura, cidade, cenografia, paisagismo… interferências humanas).

Varias atividades humanas criam imagens como parte do seu processo próprio. Por exemplo, a arquitetura, a urbanização, a agricultura, o paisagismo, a cenografia…

Mas, para além destas, podemos incluir aí o contexto do pensamento e do sonho. Onde as imagens existem naturalmente também, mas não de forma material e concreta.

Universo artesanal

É o contexto da pintura, do desenho, da escultura… onde algo é representado manualmente por um processo artístico.

Um quadro realista faz a representação de uma imagem natural. A imagem passa a ser absorvida pelo suporte. Ela entra em um segundo universo.

Universo industrial

Neste contexto o aparato industrial se torna o produtor, mantenedor e exibidor da imagem.

São exemplos claros, o processo fotográfico, fotocópias, escaneamentos eletrônicos, captura por raios x, ultrassonografias, os processos de impressão… A fotografia, teve sua criação possível neste ambiente.

A imagem capturado pela câmera não é real, é uma analogia do real. É uma referência à outra imagem existente, a natural.

Universo virtual

No contexto da virtualidade, as imagens não existem, elas estão contidas, são interpretações baseadas em dados digitais.

O advento da computação e em seguida da internet, criou o que se chama cyberespaço, ou seja, um mundo não-mundo, não-real, virtual, onde o carbono é substituído pelo bit.

O que existe na rede é uma infinitude de números zeros e uns. E a associação e interpretação dessa massa de bits dá uma “existência” às imagens.

Fotografias não impressas, apenas arquivos digitais, “existem” como uma ideia. Existem virtualmente, potencialmente. Se forem acessadas, informam o que são.

CHARBEL CHAVES
CHARBEL CHAVES

Fotógrafo e Professor de Fotografia desde 2010. Desenvolve trabalhos autorais, comerciais e educacionais simultaneamente. Autor do livro "Jornada: As histórias que as fotografias contam"

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