Conteúdos que um fotógrafo profissional pode criar

O marketing de conteúdo é uma peça estratégica na vida digital de qualquer empresa. Na fotografia, podemos utilizar essa peça de diversas maneiras produzindo uma variedade bem grande de materiais para a nossa audiência. É aí que surge uma primeira dúvida: que tipo de conteúdo, que tipo de formato, devo adotar primeiro ou devo evitar?

Se que você vive de fotografia ou está pensando em viver, precisa incluir na sua estratégia de posicionamento de marca, a entrega gratuita ou não de conteúdos que atraiam seu cliente-alvo e aprofundem o relacionamento.

E, como talvez você já deve ter notado, produzir conteúdo dá trabalho! Muito trabalho! Por isso, é preciso otimizar os recursos sempre (tempo, energia e dinheiro), concentrando fogo naquilo que traz maior resultado com menor esforço, sem deixar a relevância e a qualidade cair! Eita, missão dura! Mas vamos lá.

Quando começamos a entender o marketing de conteúdo nos deparamos como fotógrafos a uma questão inicial: que tipo de conteúdo devo criar, em qual formato?

Um passo importante é criar um mapa de conteúdos. Disso já tratei nesse artigo aqui. Mas outra é a materialização do conteúdo, sua forma.

Então pra ajudar na sua decisão, vou primeiramente lista diversos tipos de conteúdos e depois vamos traçar duas estratégias úteis para o contexto do marketing para fotógrafos.

Galeria de fotos

Uma página no seu site, ou um post no seu blog com uma galeria de fotos e um pequeno texto introdutório dando o contexto. Por exemplo: “Essa é uma sessão fotográfica realizada recentemente com uma família que conseguiu juntar 4 gerações de pessoas no mesmo ensaio”.

Em seguida ponha uma sequência de 10 a 30 fotos que mostrem o ensaio em questão.

Muitas fezes, nós fotógrafos esquecemos que o produto principal do nosso ofício (fotografias) já é por si só um conteúdo. Juntando com o um pouco de texto, melhor ainda.

Vídeos

Você pode explorar o fato que seu equipamento fotografa e filma e se interessar, pelo menos um pouquinho, pelo mundo do vídeo. Além disso, seu celular é uma central de produção de vídeo que talvez você não use!

Os vídeos, curtos ou longos, podem ser produzidos para explicar algo para o seu público, para demonstrar algo que você faz de uma maneira especial, para informar algum projeto ou promoção, para entreter…

Eles podem ser embarcados/distribuidos por Facebook, Instagram, Youtube, Pinterest, LinkedIn, grupos de Whatsapp ou Telegram. Podem ser enviados para um lista de emails. Podem compor alguma página do seu site.

Quando alguém vê o nosso rosto, ouve a nossa voz, observa o nosso jeito de ser, estamos dando mais elementos que nos conectam às pessoas. Passamos a mostrar mais de nós e toda uma carga de percepções sobre quem somos é criada.

Isso pode assustar muita gente. Me assustava também, mas os benefícios são muitos para trabalhos como o nosso. A fotografia é uma atividade entre pessoas e humanizar sempre mais a nossa marca (e nós somos parte integrante dela), atrai mais as pessoas.

PDF de exemplo

O mesmo pode ser feito em forma de documento PDF. Uma sessão descrita por texto e imagens dos bastidores, passando pelas fotos criadas até fotos do foto-livro impresso para os clientes.

Esse tipo de material é um descritivo do seu processo de criação fotográfico. Pode ser um excelente instrumento de convencimento no momento da venda.

O cliente pretendente vai olhar isso como um processo que ele está comprando. Vai passar a entender melhor como tudo se desenrola num ensaio de família por exemplo. Desde a preparação, até a captura, pós-produção e entrega do material final.

Blog Post

O clássico blog post é um conteúdo prioritariamente em texto. E, no nosso caso como fotógrafos, podemos e devemos ilustrá-lo muito bem com nossas imagens.

Um texto para blog deve ter pelo menos 200 palavras (o que é bem pouco) para fins de ranqueamento no Google. Cinco ou seis parágrafos já passam de 200 palavras.

O blog post é o meu material “matrix”. É a partir dele que eu aprofundo, sintetizo, derivo, subdivido ou conecto outros materiais. Vou falar disso no final deste post.

Uma coisa muito importante é escrever de maneira adequada para o uso na WEB. Além, claro, de usar um bom português. Procure desenvolver uma boa escrita para a WEB.

Instagram post

Um bom post para o Instagram, pode e deve ser menor que um post para o seu blog. O Instagram é “insta”! Tudo nele tende a ser mais curto, rápido e direto. Essa é a vocação desta rede social. O que não significa que não dê pra dar uma “esticadinha” na escrita. Isso vai depender do público que você está procurando atingir.

Mas no geral, um texto com 5 ou 6 parágrafos vai muito bem.

Não esqueça de caprichar muito na primeira frase. Ela deve prender o leitor. Deve levá-lo à segunda frase e assim por diante.

No final, inclua as hashtags! Importantíssimo para ajudar nas buscas que os usuários fazem na rede social. Use pelo menos 5 ou 6: algumas que representem o assunto, outras que representem a intenção de busca do usuário e outras que sejam hashtags mais do momento.

E muito, muito importante: ilustre o texto com uma imagem que seja muito atraente e coerente com o tema, claro.

Carrossel no Instagram

É um dos formatos de maior aderência. Dá um pouco mais de trabalho, mas engaja muito bem.

O importante no carrossel é que ele é um criador de etapas ou passos no seu assunto. Então vai muito bem criar uma lista dentro do assunto. Assim você pode usar a seguinte estrutura de construção:

  • Quadro 1: uma foto ou título atraente
  • Quadro 2: um pequeno texto explicativo
  • Quadros 3 a 9: fotos ilustrando a ideia
  • Quadro 10: convite para curtir, compartilhar ou acessar o link da bio.

e-book

O e-book é um presente especial. Você pode entregar uma excelente quantidade de conteúdo interessante e bem ilustrado.

Escolha temas que interessem a persona que você que atender.

Você pode criar uma estratégia fracionada, em fascículos. Por exemplo: um e-book por mês, dentro do mesmo tema. Isso pode até ser uma maneira de no futuro você ter um conteúdo que se torne um livro impresso.

O e-book é um dos formatos que mais demonstram implicitamente que você é um especialista no seu assunto. Ele carrega um peso de autoridade no tema para a sua marca.

Para produzir um e-book você deve criar primeiramente um roteiro. Defina o tema (não necessariamente o título, deixe isso para o final), depois sub-temas como se fossem pequenos capítulos. Verifique se o conjunto de sub-temas realmente colabora e completa o assunto principal.

Nunca tente esgotar um assunto num e-book. Não há como fazer isso. Para qualquer assunto sempre há como escrever mais, aprofundar mais, ver pontos novos de vista.

Então, procure “recortar” o seu tema dentro de um certo contexto que faça sentido e desperte o interesse da persona atendida.

Não menos importante: ilustre com fotos, diagramas, símbolos, links… tudo o que pode enriquecer a experiência de leitura.

Por fim, exporte em um formato leve, adequado para leitura em dispositivos móveis. Lembre-se que mais de 70% dos clientes de fotógrafos acessam os conteúdos pelo celular.

Para criar o seu e-book, utilize ferramentas simples que provavelmente você já está acostumado: powerpoint, word ou mesmo o canva. Não complique a produção. Concentre-se na qualidade do conteúdo. Conteúdo é rei!

Infográfico

Esse formato tem crescido bastante nos últimos tempos. Trata-se de um quadro explicativo, ou um quadro-resumo de um processo, uma ideia, um conceito.

Por exemplo, você pode criar um infográfico que mostra o processo de preparo, captura, pós-produção e entrega de um ensaio fotográfico de família.

Isso além de educar o seu cliente, que pode não saber como esse tipo de ensaio funciona, ainda valoriza o seu trabalho mostrando que para que o cliente tenha fotos lindas no final, o fotógrafo passa por um longo processo de criação.

O infográfico pode estar dentro de um blog post ou um e-book por exemplo. Mas pode ter vida própria. Poder ser um PDF ou um arquivo JPG ou PNG para ser enviado por whatsapp, publicado no feed do Facebook ou no Pinterest.

Aliás, o Pinterest tem uma vocação muito especial para distribuição de infográficos. Vale a pena conferir.

Uma maneira simples de criar os seus primeiros infográficos é usar o estilo de mapa mental, ou lista de tópicos. A partir disso, algumas ilustrações e pequenos textos complementares vão enriquecer o visual.

Aliás, visual é item importantíssimo no infográfico. Harmonia de cores, uso adequado da tipografia, organização espacial, sequência lógica dos elementos… tudo isso dá um aspecto profissional e caprichado para o seu público.

Se você não leva muito jeito com essa coisa de design gráfico, use o canva.com e dê uma olhadinha neste livro.

Áudios

Você pode querer conversar (com a voz mesmo) com o seu público. Isso pode ser feito basicamente de duas maneiras: áudios curtos ou podcasts.

Áudios curtos

Gosto muito da ideia de download mental. Aqueles pequenos insights que temos que que precisamos anotar de alguma forma para não esquecer depois.

Essa “anotação” pode ser feita em forma de áudios que você grava em qualquer lugar com o seu celular e disponibiliza em grupos que você formou no Whatsapp, Telegram ou Facebook, com parte da sua audiência.

É importante que estes grupos tenham um tema definido. Assim você aumenta muito as chances de encontrar pessoas que queira participar e aprofundar os assuntos ali.

Podcasts

Um podcast já é algo mais elaborado. É um “programa de rádio”. Geralmente funcionam bem com uma regularidade (dia e hora) bem marcados.

Também vão exigir de você uma certa produção mais caprichada. Por se tratar de um conteúdo longo (pelo menos 10min) em áudio, é preciso pensa numa pauta, em possíveis convidados para o “programa”, em um trabalho de edição posterior para incluir efeitos, sons, vinhetas…

Um podcast é um projeto grande, mas com enorme mercado consumidor no Brasil e no mundo. As pessoas que gostam de consumir esse tipo de conteúdo são atraídas pela facilidade de ir ouvindo enquanto realizam outra tarefa.

Estratégia 1: do menor para o maior

Uma boa estratégia pra começar na produção de conteúdo é ir do menor para o maior. Quando eu digo menor, pode ser o mais rápido de produzir, o que está mais pronto nas suas anotações, o que você faz com mais facilidade.

Produza por exemplo uma temporada de 1 mês de posts simples e rápidos no Instagram sobre um tema. No fim dessa temporada, consolide todas essas pequenas reflexões em um blog post, ou mesmo em um e-book.

Essa estratégia é boa porque você pode dosar a sua frequência na produção de conteúdo. Mesmo que ela seja baixo no início, o importante é ir incorporando o processo na sua rotina.

E quando você menos espera, tem muito conteúdo produzido em doses homeopáticas.

Estratégia 2: do maior para o menor

Eu tenho pra mim como centro da minha produção (coisa bem pessoal!) de conteúdo, os blog posts. Adoro sentar e escrever bastante. Gasto 2 ou 3 horas fazendo um blog post como este.

Como uso o WordPress (mas isso pode ser feito em outras plataformas), tenho grande flexibilidade na criação de um post grande e rico. Posso começa-lo, deixa-lo em modo “rascunho”, ir completando, aprofundando…quando vejo tenho um texto grande, bem trabalhado e bem organizado.

Procuro desenvolver as minhas idéias primeiramente neste formato. À partir daí, crio materiais como carrosséis para o Instagram, ou infográficos, ou uma lista de dicas… que tenham como base algum blog post anterior.

Assim eu consigo referenciar o blog post no material menor. Ponho lá: veja mais sobre esse assunto no link tal. Isso por si só, já cria um caminho para a persona que eu mirando continuar comigo, se ela quiser.

Já me aconteceu de um grupo de blog posts, depois de um certo tempo, se tornar um e-book. Ou seja, juntei blog posts lateralmente relacionados em um e-book. Crie um “costura entre eles”.

É claro, que neste caso, o conteúdo que foi para o e-book era menor do que o post. Assim, no e-book, a cada capítulo eu puder dizer: “quer saber mais sobre isso? Acesse este link!”. E fui colocando os links dos blog posts. Isso ajuda a gerar tráfego orgânico para o meu site.

Concluindo

Antes de mais nada, é importantíssimo criar um mapa para que seu conteúdo seja construído com um propósito claro e atinja um objetivo previamente desejado.

Pra isso você vai precisar de um Mapa de Conteúdo. Neste artigo, além de explicar o que é isso, eu ainda disponibilizo um exemplo PDF de prático (olha o conteúdo aí!) para você usar no seu ramo na fotografia.

CHARBEL CHAVES
CHARBEL CHAVES

Fotógrafo e Professor de Fotografia desde 2010. Desenvolve trabalhos autorais, comerciais e educacionais simultaneamente. Autor do livro "Jornada: As histórias que as fotografias contam"

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